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Dia dos Povos Indígenas: Etnoturismo  apoia populações originárias

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Roteiros protagonizados por indígenas contribuem com o empoderamento cultural e gera conexões profundas entre viajantes e saberes ancestrais

Por muitos anos e até hoje, os povos indígenas e originários foram tratados como “distantes” para grande parte dos brasileiros. Mesmo sendo minoria, povos originários representam 0.6% da população brasileira. São 1.227.642 pessoas que se identificam como indígenas e vivem em 775 territórios em diferentes fases do procedimento demarcatório, de acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022.

Dia 19 de abril é celebrado no Brasil o Dia dos Povos Indígenas, os responsáveis por proteger um terço das florestas do país por meio de seu estilo de vida. Nos últimos 35 anos, cuidaram de mais de 20% da vegetação nativa brasileira, de acordo com uma análise do Instituto Socioambiental (ISA) pelo manejo sustentável de suas terras, na agricultura, caça, pesca e uso de materiais. O turismo em aldeias, quando feito de maneira responsável e sustentável também é uma das poderosas formas de devolver para eles o protagonismo de contarem sua história em suas próprias palavras, de criarem emprego e renda e se manterem fortes e seguros em suas terras.

“Nunca na nossa história tínhamos tido essa oportunidade”. Essa frase foi dita pelo Cacique Teka Shanenawa, do povo shanenawa do Acre. A comunidade foi criada por ele há 15 anos, e hoje faz parte de roteiros da Vivalá – Turismo Sustentável no Brasil, recebendo viajantes do Brasil e do mundo, que contribuem e fortalecem a economia, a cultura e os negócios locais, como o artesanato. Um dos exemplos de como o turismo pode gerar impacto positivo está dentro da família do cacique. Suas duas filhas puderam sair da aldeia e cursar faculdade em Rio Branco (AC).

“O turismo sustentável na aldeia Shanenawa tem trazido muito aprendizado, conhecimento e ajuda financeira, dando oportunidade às pessoas de realizarem cursos, graduações e capacitações fora da aldeia, para que, posteriormente, sejam aplicados dentro dela. Estamos divulgando nossa cultura, fortalecendo nossa comunidade e gerando emprego e renda dignos. O turismo sustentável da Vivalá veio somar. Nenhuma outra instituição construiu tanto e tão rapidamente conosco”, afirma o cacique.

Turismo nas aldeias fortalece as comunidades

Mas não basta realizar o turismo, é preciso ter responsabilidade socioambiental. “Para que a gente tenha um turismo positivo, é muito importante compreendermos a relação histórica que temos no país, nos apresentando uma grande oportunidade de fazermos uma reparação, através de experiências extremamente profundas para ambos os lados, os viajantes e as comunidades”, explica Dani Shanenawa, líder de campo da Vivalá no Acre.

A Vivalá atua com o turismo sustentável, turismo de base comunitária (TBC) e de aventura há quase uma década em 24 unidades de conservação brasileiras, entre elas, vivências indígenas na Aldeia Shanenawa (AC)Kariri-Xocó (AL) e Tenondé-Porã (SP). Ao todo, 27 expedições de Etnoturismo já foram realizadas, levando mais de 320 viajantes, ajudando a preservar 44 mil hectares de área protegida e injetando cerca de meio milhão de reais, de forma direta (compra de serviços de TBC) e indireta (injetado pelos viajantes, em compra de artesanato, alimentação, medicina tradicional, presentes e etc).

Mais do que esses números, com o turismo nessas áreas, diversas melhorias são realizadas, até mesmo em questões como a infraestrutura de hospedagem, banheiros, acesso à água potável, refeitórios, regularidade jurídica e fiscal e bancarização, entre outras questões indígenas que ainda são presentes na realidade destas comunidades. Ações para saúde também fazem parte da atuação, como uma parceria com a Pantys contra a pobreza menstrual, que capta doações e as reverte em calcinhas absorventes sustentáveis, que são  entregues para pessoas que menstruam em aldeias indígenas. Durante as entregas também são realizadas rodas de conversa sobre o tema; além de capacitações de profissionais e oportunidades para pessoas empreendedoras das comunidades.

Conheça as Experiências

Expedição Amazônia Aldeia Shanenawa

Terra Indígena Katukina Kaxinawá, Acre

No coração da maior floresta do mundo, a Amazônia, e dentro de um dos estados com a maior diversidade de povos indígenas do Brasil, se encontra a Aldeia Shanenawa, do povo Shanenawa, conhecido como povo do pássaro azul. Neste lugar repleto de fauna e flora, com tradições muito preservadas e grande acolhimento de seus moradores, a vivência atrai viajantes do mundo inteiro, que buscam uma profunda conexão com a natureza e consigo mesmo, além de aprendizados e novas formas de ver o mundo.

Com saídas exclusivas ao longo do ano e 20 vagas disponíveis em cada uma, as expedições partem de Rio Branco, capital do Acre, e tem  valores de investimento a partir de R$ 5.690,50 para oito dias de vivência, incluindo hospedagens, transportes, alimentação, oficinas, vivências como banhos ritualísticos de ervas e de argila, pintura corporal, consagração de medicinas da floresta (ayahuasca, chamado de Uni pelos Shanenawa; rapé, sananga, kambo), visita à agrofloresta, plantio de árvores, muita música e danças tradicionais, seguro, guias e facilitadores. Saiba mais sobre a Expedição Amazônia Aldeia Shanenawa no site da Vivalá.

Expedição Kariri-Xocó

Terra Indígena Kariri-Xocó, Alagoas

Outra forma de adentrar territórios indígenas de maneira consciente, autorizada e profunda é no encontro da Caatinga com a Mata Atlântica, às margens do Rio São Francisco e na divisa de Alagoas com Sergipe, onde habita o povo Kariri-Xocó. A expedição é repleta de muita natureza e saberes ancestrais. Grande parte das vivências acontecem no espaço cultural criado pela comunidade, inclusive o ritual do Toré, – uma consagração de medicinas tradicionais da floresta, como a Jurema e o rapé -, banhos ritualísticos, oficina de ervas, danças, músicas e navegação com mergulho no Velho Chico.

Com saídas de Aracaju (SE) e valor a partir de R$ 2.850, a Vivalá está com inscrições abertas para as próximas saídas, no segundo semestre de 2024, com dez vagas disponíveis para cada grupo. Saiba mais sobre a Expedição Kariri-Xocó no site da Vivalá.

Expedição Tenondé-Porã

Terra Indígena Tenondé-Porã, São Paulo

Para quem busca uma vivência mais curta, mas também muito significativa, a boa notícia é que existem roteiros acessíveis e próximos da capital mais populosa do país. A expedição para a terra indígena Tenondé-Porã é perfeita para conhecer os hábitos, a luta por autonomia e a resistência do povo Guarani.

A terra indígena Tenondé Porã tem uma extensão aproximada de 16 mil hectares, abrangendo cerca de 10% da totalidade da cidade de São Paulo e de outros três municípios. É possível caminhar pelas exuberantes trilhas do território e vivenciar o nhanderekó (modo de ser) do povo originário que vive e resiste nas fronteiras da maior metrópole do Brasil. A experiência pode ser realizada em um único dia e é excelente para quem está na capital paulista e quer ter uma vivência junto à natureza, mergulhando nos seus saberes ancestrais.

Os roteiros acontecem quatro vezes ao mês, tendo opções de Turismo de Base Comunitária (TBC) com foco na cultura local, ou de aventura, em uma trilha de 8,5 km entre as aldeias Kalipety e Yrechakã. Localizada a 55 km do centro de São Paulo, as vivências contam com transporte saindo da capital, com valores a partir de R$ 285 por pessoa. Conheça os roteiros: Cultural e de Aventura, ou acesse o site da Vivalá

Benefícios também para quem viaja 

Diversos são os relatos de viajantes que conhecem uma nova cultura, cheia de costumes, modos de vida diferentes, saberes ancestrais, medicinas da floresta, cantos, danças, rituais, gastronomia, entre outros aspectos, e voltam com energias renovadas. Que aprenderam e conheceram lugares, pessoas e ritos que nem sabiam ser possível, ou que simplesmente não veem a hora de voltar ao que, até então, era o desconhecido. Esse é o caso de Nicole Talamini, que conheceu a Aldeia Shanenawa, em 2023, junto de seu filho João, de sete anos.

“Após pegar a estrada até a Aldeia, fomos recepcionados e acolhidos pelo povo Shanenawa. Eles nos envolveram nas suas danças, músicas e rodas com muito respeito e atenção. O cronograma de atividades foi incrível e bem elaborado, tendo tempo para conversar, conhecer a cultura, fazer atividades e novos amigos. As conversas sobre as medicinas foram muito importantes para compreender, tranquilizar e se aventurar ainda mais na vivência. Foi uma viagem emocionante, reflexiva e gratificante. Vou guardar lindas memórias, e o João, com o zelo e o carinho das outras crianças, se sentiu acolhido e parte da família, adorou as brincadeiras e o banho de açude. É um lugar para se reconectar, sentir e vivenciar a força da natureza, refletir, se conhecer, aprender e amar com o povo de coração puro e cheio de amor, espero voltar mais vezes”.

Mais do que ter acesso e conexões com os locais, as expedições possuem momentos de informação, seja sobre algo relacionado a cultura ou de alguma tradição. Essas aberturas fazem com que o viajante consiga se desconectar da rotina agitada e, ao retornar, leve consigo tudo o que foi descoberto em terras indígenas. “Desconectar da rotina, do caos e do celular. Que experiência forte! Explicar bem ao certo o que eu vivi, talvez nem consiga, mas sem dúvidas, só agradeço por poder viver essa experiência tão enriquecedora. Não somente por conhecer a cultura dos povos originários de verdade e toda sua espiritualidade e respeito com a natureza, mas muito mais que isso: o poder e a força do que é ser uma mulher”, define Marina Stepanski, que visitou o povo kariri-xocó.

Novos roteiros são protagonizados por indígenas

Uma das novidades para 2024 são as novas opções de enriquecimento cultural por meio de outros povos originários. A Vivalá chegou até o povo Yanomami, localizado na maior terra indígena do Brasil, a Terra Indígena (TI) Yanomami, com 2,2 milhões de hectares entre o Amazonas e Roraima, onde serão lançados dois roteiros de aventura em parceria com esta comunidade.

Expedição Monte Roraima
Parque Nacional Monte Roraima

O Parque Nacional Monte Roraima fica na fronteira do Brasil com a Venezuela. Acerca do monte há uma cosmologia envolvida, cheia de lendas, espiritualidade e cosmovisões. O roteiro, com estreia prevista para o meio de 2024, será guiado pelos anfitriões indígenas Taurepang, e contará com a subida ao Monte e uma linda experiência de imersão na cultura local e no folclore Makunaima, que compreende os aspectos sacros da sabedoria ancestral de indígenas de diferentes etnias.

Segundo Alberto Rabelo, que participou da construção do novo roteiro ao Monte Roraima, o lugar é diferente de todas as montanhas e rochas que ele já subiu e caminhou. “O topo do Monte Roraima, com toda a sua potência ancestral e a sua magia antiga é um universo com mais de três bilhões de anos de idade, e carrega uma biodiversidade endêmica, única e linda, além dos aspectos acerca da espiritualidade e que o transformam em um verdadeiro santuário”.

O contato e a troca de energia com os locais também acrescentou bastante à expedição. “O intercâmbio que tive com os Taurepang me transformou completamente e foi um divisor de águas na minha concepção de mundo”, destaca Alberto.

Expedição Yaripo
Parque Nacional do Pico da Neblina e Terra Indígena Yanomami, Amazônia

A expedição ao Pico da Neblina, ou Yaripo, – como chamam o pico em Yanomami -,  irá estrear no segundo semestre deste ano e terá experiências feitas com exclusividade global da Vivalá pelos próximos três anos. A atração, considerada a maior aventura do Brasil, ficou fechada de 2003 a 2022 e é retomada agora tendo a Vivalá como uma das duas empresas que conseguiu a anuência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) para realizar o etnoturismo na área e o credenciamento pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A maior montanha do Brasil possui 2.995 metros e fica dentro do Parque Nacional do Pico da Neblina e da Terra Indígena Yanomami, a maior do Brasil.

Lá, vivem cerca de 30 mil indígenas, e durante a expedição será possível ter contato com os Yanomami da região de Maturacá, um povo considerado de recente contato (há menos de 70 anos houve o primeiro contato com as populações não indígenas. A região é remota e é necessário 2 horas de carro e 6 horas de voadeira (barco) da cidade mais próxima, São Gabriel da Cachoeira, ou 1,5 horas de avião fretado de Manaus. A experiência é bastante marcante e de grande desafio físico.

“Os cenários são deslumbrantes. Lá você encontra uma Amazônia extremamente única, cheia de serras e altitude, ou seja, uma Amazônia totalmente diferente e cercada de montanhas. E, é claro, estamos pisando num solo sagrado para os Yanomami. Todos aqueles que pretendem subir o Pico da Neblina recebem uma benção dos tuxauas para proteção durante toda a jornada. Os Y.anomami reverenciam a montanha, que pra eles, é viva. O caminho até a montanha deve ser feito com muito respeito à natureza e aos espíritos que ali habitam. Durante todo o caminho sentimos a força e a hospitalidade desse povo. Os Yanomami o tempo todo usam a língua originária deles, um ponto muito forte de sua cultura – o Yanomami é a primeira língua deles e o português é falado com dificuldade por alguns indígenas”, conta a produtora de experiências da Vivalá, Letícia da Silva.

Ambas as aventuras – Monte Roraima e Pico da Neblina -, são consideradas de trekking/hiking, e contam com percursos de 70 a 140 Km e com duração de 10 a 12 dias, com extrema conexão com a natureza e com as comunidades locais. Os interessados em realizar o roteiro podem se inscrever nas listas de interessados para a Expedição Monte Roraima e para a Expedição Yaripo.

Seja um viajante sustentável ao visitar uma aldeia

Apesar de ser uma baita experiência, realizar uma viagem de etnoturismo requer atenção e estudo de alguns pontos, principalmente para que a expedição seja prazerosa e positiva, tanto para quem a faz, quanto para quem recebe. Durante o pré-embarque, a Vivalá orienta os viajantes a respeito do comportamento adequado em experiências na natureza e junto a comunidades tradicionais.

Algumas das dicas são ações que podem ser colocadas em prática durante todo o ano, como por exemplo o uso de cosméticos e produtos de higiene biodegradáveis e reutilizáveis e até mesmo pesquisar sobre as comunidades e aprender sobre as culturas. Outras sugestões que são orientadas pela Vivalá dizem a respeito da expedição, como por exemplo conferir as regras de visitação; levar uma sacola de pano para servir de lixo temporário; seguir orientações dos guias e comunidade local e praticar o consumo consciente. Confira todas as dicas clicando aqui e seja um viajante sustentável.

“Ficamos extremamente felizes em somar no processo de desenvolvimento do etnoturismo no Brasil. Entendemos que essa atividade seja fundamental para que viajantes ressignifiquem sua relação com os povos indígenas brasileiros, os originários de nosso território, nossos antepassados, para que possam garantir seus direitos e passar adiante grandes ensinamentos sobre seu estilo de vida e relação com a natureza, que desconhecemos em grandes centros urbanos. Para comunidades indígenas ou outras organizações que queiram desenvolver tais programas em suas terras, entrem em contato com a Vivalá, há muito o que ser feito”, ressalta Daniel Cabrera, cofundador e diretor Executivo da Vivalá.

Sobre a Vivalá

A Vivalá atua no desenvolvimento do Turismo Sustentável no Brasil, promovendo experiências que buscam ressignificar a relação que as pessoas têm com o Brasil, sua biodiversidade e comunidades tradicionais. Atualmente, a Vivalá atua em 24 unidades de conservação do país, contemplando os biomas da Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, e trabalha em conjunto com mais de 700 pessoas de populações indígenas, ribeirinhas, quilombolas, sertanejas e caiçaras.

Com 15 prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais, a Vivalá tem a confiança da Organização Mundial do Turismo, ONU Meio Ambiente, Braztoa, Embratur, Aberta, Fundação do Grupo Boticário, Yunus & Youth, além de ter uma operação 100% carbono neutro e ser uma empresa B certificada, tendo a maior nota no turismo do Brasil e a 7ª maior em todo o setor de turismo no mundo. Até março de 2024, a Vivalá já embarcou mais de 3 mil viajantes, além de ter injetado mais de R$ 4 milhões em economias locais através da compra de serviços de base comunitária e consumo direto dos viajantes. Para mais informações, acesse: https://www.vivala.com.br/

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Brasil

Desemprego no primeiro trimestre sobe para 7,9%, revela IBGE

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Apesar da alta, é o menor índice para o período desde 2014

A taxa de desocupação no primeiro trimestre de 2024 ficou em 7,9%. O resultado representa uma elevação de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2023 (7,4%). Apesar da alta, o índice do primeiro trimestre é o menor para o período desde 2014, quando alcançou 7,2%.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta terça-feira (30), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa média de desemprego em janeiro, fevereiro e março ficou abaixo dos 8,8% do primeiro trimestre de 2023.

Segundo o IBGE, o país tinha 8,6 milhões de pessoas desocupadas no primeiro trimestre, 542 mil a mais (+6,7%) que no fim do ano passado. Já em relação ao mesmo período de 2023, o saldo é de 808 mil pessoas a menos (-8,6%). O IBGE classifica como desocupadas as pessoas que estão procurando trabalho.

Já o número de ocupados no primeiro trimestre de 2024 ficou em 100,2 milhões de pessoas, uma queda de 782 mil (-0,8%) em relação ao último trimestre de 2023 e um acréscimo de 2,4 milhões (+2,4%) em relação aos três primeiros meses de 2023.

O levantamento do IBGE apura todas as formas de ocupação, seja emprego com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo.

Sazonalidade

Para a coordenadora da Pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento da taxa de desocupação é um comportamento típico de início de ano.

“O primeiro trimestre de cada ano é caracterizado por perdas na ocupação. Parte vem de dispensa de trabalhadores temporários”, opina.

Entre os postos temporários, ela inclui trabalhadores do setor público. “Parte importante veio da administração pública, especificamente no segmento da educação. Na virada do ano esses trabalhadores são dispensados. À medida que se retorna o ano letivo, há tendência de retorno desse contingente”, observa.

A pesquisadora avalia que está mantida uma tendência de redução no desemprego no país. “O movimento sazonal desse trimestre não anula a tendência de redução da taxa de desocupação observada nos últimos dois anos”, acrescenta Adriana.

Carteira assinada

A pesquisa aponta que, mesmo com redução na ocupação no primeiro trimestre ante o fim de 2023, não houve mudança significativa no nível de emprego com carteira assinada, cerca de 38 milhões de pessoas. Esse quantitativo representa alta de 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Adriana detalha que, das 782 mil pessoas que ficaram desocupadas, a maior parte – mais de 500 mil – foi de trabalhadores informais. “A gente teve uma perda de ocupação como um todo, mas a população com carteira ficou constante”, resume.

A taxa de informalidade nos primeiros três meses de 2024 ficou em 38,9% da população ocupada (38,9 milhões de trabalhadores informais) contra 39,1 % no trimestre anterior.

Rendimento

Na média de janeiro, fevereiro e março deste ano, o rendimento médio do trabalhador alcançou R$ 3.123. O valor representa alta de 1,5% entre trimestres seguidos e 4% ante o primeiro trimestre de 2023.

Já a massa de rendimentos atingiu R$ 308,3 bilhões, um recorde na série histórica iniciada em 2012. Esse é o valor que os trabalhadores ocupados recebem para movimentar a economia. Apesar de recorde, o montante apresenta uma estabilidade em relação ao trimestre final de 2023.

“Embora tenha havido crescimento do rendimento do trabalhador, o contingente de ocupados caiu, é como se um efeito tivesse anulado o outro”, finaliza Adriana Beringuy.

Agência Brasil

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Botucatu

Inscrições para o Encceja estão abertas

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Exame será realizado em 25 de agosto em todo o país

Interessados em participar do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2024 já podem fazer a inscrição. O prazo segue aberto até 10 de maio. Solicitações de atendimento especializado e de tratamento pelo nome social também devem ser feitas durante o mesmo período. O exame será no dia 25 de agosto em todos os estados e no Distrito Federal.

O atendimento especializado será oferecido a participantes com baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual (mental), surdocegueira, dislexia, déficit de atenção, transtorno do espectro autista e discalculia. Também podem ser contemplados gestantes, lactantes, idosos e pessoas com outras condições específicas.

edital do Encceja 2024 foi publicado em março pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Participantes que faltaram às provas do Encceja 2023 devem ter justificado sua ausência no exame caso queiram se inscrever gratuitamente na edição deste ano. Quem não justificar sua ausência ou tiver a solicitação de justificativa reprovada deverá ressarcir ao Inep o valor de R$ 40.

O pagamento deve ser feito por meio de boleto, que será gerado no sistema de inscrição e poderá ser pago em qualquer banco ou casa lotérica.

O exame

O Encceja foi realizado pela primeira vez em 2002, para aferir competências, habilidades e saberes de jovens e adultos que não concluíram o ensino fundamental ou médio na idade adequada. O exame é realizado pelo Inep, responsável pela aplicação, em colaboração com as secretarias estaduais e municipais de Educação. Já a emissão do certificado e da declaração de proficiência é responsabilidade das secretarias de Educação.

Agência Brasil

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CIESP alerta que judicialização da desoneração da folha ameaça empresas e empregos

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A ação impetrada pelo governo no Supremo Tribunal Federal (STF), em 24 de abril de 2024, para questionar a constitucionalidade da Lei nº 14.784/2023, aprovada e promulgada pelo Congresso Nacional, que prorroga a desoneração da folha de pagamentos até 2027, gera uma situação preocupante de insegurança jurídica. Mais ainda, ante a concessão de liminar, nesta quinta-feira (25/04), pelo ministro Cristiano Zanin, ex-advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, suspendendo a eficácia na norma.

É de se esperar que, no julgamento do mérito, a Corte mantenha a desoneração, fundamental para a criação e preservação de empregos nos 17 setores contemplados, que são intensivos em mão de obra e têm cerca de nove milhões de postos formais de trabalho.

Caso a medida seja derrubada, os impactos socioeconômicos serão graves, pois a imprevisibilidade referente à contribuição previdenciária patronal, agravando os ônus trabalhistas, causará imenso prejuízo às empresas. Estas, confiando na lei aprovada,  já fizeram investimentos e admitiram mais trabalhadores, buscando contribuir para a dinamização da economia e o crescimento do PIB este ano. O maior dano, contudo, será de caráter social.

Cabe lembrar que o Congresso Nacional havia derrubado o veto da Presidência da República à proposta da desoneração. Não satisfeito, o Executivo editou a Medida Provisória 1.202/2023, buscando anular os efeitos da norma promulgada pelo Parlamento. Ele próprio cancelou a MP, pois esse instrumento aplica-se apenas a demandas urgentes. Entretanto, encaminhou projeto de lei com o mesmo teor, em tramitação no Parlamento.

Diante da rejeição do Legislativo a todas as tentativas do governo de extinguir a desoneração da folha, a Presidência da República recorre agora ao STF. É uma atitude temerária, não apenas por desconsiderar uma reiterada decisão soberana do Congresso Nacional, como pelos danos que pode causar a milhares de empresas e milhões de trabalhadores, que se deparam, mais uma vez, com uma grave situação de insegurança jurídica.

Por isso, espera-se a prevalência do bom senso e o respeito do Judiciário a uma lei aprovada pelo Legislativo, ancorada por amplas discussões e análises técnicas das assessorias do Senado e da Câmara dos Deputados, bem como de juristas especializados.

O Brasil não pode continuar enfrentando o fantasma da imprevisibilidade, fator lesivo à competitividade da economia nacional e restritivo do crescimento sustentado do PIB.

Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP).

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