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A SOLUÇÃO, artigo de Bahige Fadel

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A SOLUÇÃO

Desde o tempo da pedra lascada, a gente ouve falar que as dificuldades ensinam. Para superar essas dificuldades, o homem se aperfeiçoa e, por isso, melhora. Parece lógico esse raciocínio. Por causa dele, no começo da pandemia de COVID eu acreditava que, superado o problema, o ser humano se tornaria melhor, mais humano, mais solidário, mais racional, mais afetivo, mais empático. E o que aconteceu? Sabemos o que não aconteceu. Não aconteceu nada daquilo que eu achava que aconteceria. O pior lado do ser humano veio à tona. A maldade, o ódio, o egocentrismo, a violência, a falsidade, a mentira, a difamação, a misantropia. Principalmente a misantropia, o ódio que o ser humano demonstra pela humanidade nunca esteve tão claro como hoje. Talvez num passado que não vivi tivesse havido algo parecido, com Hitler e seus asseclas, por exemplo.

Sei que estou meio negativo. Sei. Eu costumo dizer para as pessoas com quem convivo que a pior dor é aquela que a gente está sentindo. Dentro desse raciocínio, devo estar achando que a atual é a pior receita de ser humano que se fez, porque é a dor do momento. Pode ser. Mas isso não elimina a ideia de que a humanidade está cada vez menos humana. As pessoas estão deixando de pensar com o cérebro, para raciocinar com o fígado. Um dia, perguntei aos meus alunos se eles já haviam notado que as pessoas sussurram que amam e gritam que odeiam. Depois lhes perguntei se eles sabiam o motivo. Ninguém respondeu. Às vezes, tenho a impressão de que as pessoas gostam mais de odiar do que de amar. Amam com vergonha e odeiam com orgulho.

Sei que a gente não pode generalizar. A generalização é sempre um erro. Mas a minha preocupação agora não é acertar, mas colocar à tona minha decepção e indignação com o ser humano. Um país cuja força militar é cem vezes superior à do país vizinho resolve invadir esse país. O que move o poderoso país além do ódio? Um torcedor de futebol resolve jogar uma bomba num ônibus onde estão atletas que estão se dirigindo a um estádio de futebol, para realizarem o seu trabalho profissional. O que move esse torcedor além do ódio? Um ser desumano coloca fogo numa pessoa, só porque essa pessoa é de outra raça. O que move esse ser desumano que não seja o ódio? Um pai abusa sexualmente da filha de três anos de idade. Essa é uma atitude de seres humanos? Sim, porque só o ser humano ou desumano é capaz de tanto ódio.

Esta crônica não transformará o mundo. Jamais teria essa pretensão. Aliás, já faz algum tempo que perdi minhas esperanças de que uma ‘mágica’ ou um milagre pudesse mudar o mundo para melhor. Não inventaram essa mágica ou esse milagre. Até agora, só inventaram máquinas para piorar o mundo. Máquinas de ódio, que obrigam o ser humano esquecer a sua humanidade e a colocar em prática os seus piores instintos.

BAHIGE FADEL

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Marcelo Sleiman espera ser vice de Fábio Leite

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O vereador Marcelo Sleiman (MDB) se colocou à disposição para o cargo de vice-prefeito na chapa encabeçada por Fábio Leite (PSD) e comandada pelo Prefeito Pardini. A declaração foi feita no programa Botucast, da última quarta-feira (15).

Sleiman que compõs os governos João Cury e Mário Pardini, foi eleito vereador em 2020 e se coloca como um importante nome na disputa.

Assista ao episódio

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Botucast recebe Felipe Pugliese, do Projeto Rural Irmã Ceci, sábado

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O jornalista Felipe Pugliese, gestor do Projeto Rural Irmã Ceci, será entrevistado no Botucast deste sábado, às 14 horas.

A Associação de Mulheres Irmã Ceci é uma entidade sem fins lucrativos que desempenha um trabalho socioeducacional com crianças e adolescentes da Zona Rural de Botucatu. Reconhecidos com o título de utilidade pública municipal, eles têm como missão resgatar vidas e construir novas histórias.

Os pilares fundamentais do Projeto Rural Irmã Ceci são Saúde, Educação, Esporte, Agroecologia, Ação Social.

O Projeto Rural Irmã Ceci conta com o apoio da Secretaria Municipal da Educação de Botucatu, do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA) e de doadores. Sua dedicação em transformar vidas e promover o bem-estar na comunidade é inspiradora.

 

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Botucatu

Cardiologista do HCFMB alerta para alto índice de morte por doenças cardiovasculares

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Dados recentes divulgados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) revelam que cerca de 1.000 pessoas morrem por dia no Brasil em virtude de doenças cardiovasculares. Isso representa aproximadamente 400 mil mortes no país, o que torna este tipo de enfermidade a maior causadora de óbitos no Brasil.

Infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) são as doenças que mais matam no Brasil e no mundo. Doenças degenerativas do sistema nervoso, como alguns tipos de demência, e o câncer também têm em comum os mesmos fatores de risco das doenças cardiovasculares mais conhecidas.

“Chama a atenção o número de indivíduos jovens que têm sido acometidos por estas doenças, o que está ligado, principalmente, ao estilo de vida inadequado (sedentarismo, alimentação desregrada, tabagismo e abuso de álcool), o que difere dos indivíduos mais idosos, em que são observadas mais frequentemente as doenças crônicas”, lembra o médico cardiologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), Fábio Cardoso Carvalho.

Fatores de risco

Em relação às doenças cardiovasculares, há divisão em duas classes: os fatores não-modificáveis, que contemplam idade, sexo e fatores hereditários, e os fatores de risco modificáveis, que dizem respeito às doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial (que é o principal fator de risco para doença cardiovascular), diabetes do tipo 2, dislipidemia e obesidade,

“Devemos lembrar que poucas horas de sono e o estresse crônico também são importantes condições que podem colaborar com os fatores de risco chamados ““ clássicos”” para a ocorrência de doenças cardiovasculares”, afirma Carvalho.

Estimativas

Os dados nacionais apontam mais de 1.100 mortes por dia, mais de 45 por hora, uma morte a cada 90 segundos. As doenças cardiovasculares causam o dobro de mortes em comparação a todos os tipos de cânceres juntos, duas vezes mais que todas as causas externas (acidentes e violência), três vezes mais que doenças respiratórias e mais de seis vezes que todas as infecções.

“Os indivíduos que sobrevivem a estes eventos terão maior incidência de insuficiência cardíaca, doenças renais, doenças degenerativas, câncer e outras doenças crônicas que irão afetar profundamente sua qualidade de vida e poderão desencadear uma série de outras complicações futuras que são potencialmente fatais”, pontua Fábio.

Cuidados e conscientização

A Associação Americana do Coração enumerou oito fatores relacionados à saúde cardiovascular. São quatro comportamentos ideais: dieta adequada, atividade física regular, sono de qualidade e ausência do tabagismo. E outros quatro fatores ideais, como índice de massa corpórea menor que 25 kg/m², colesterol total menor que 200 mg/dL, glicemia de jejum menor que 100 mg/dL, pressão arterial sistólica menor que 120 mmHg e diastólica menor que 80 mmHg.

“É importante também analisar outros fatores individuais como saúde mental, presença de doenças, como ansiedade e depressão e o contexto familiar, cultural, econômico e social do indivíduo”, frisa o cardiologista do HCFMB.

Ainda segundo Fábio, cerca de 70% destas mortes poderiam ser evitadas com prevenção adequada e medidas terapêuticas. “Campanhas de conscientização sobre o problema, com informação e educação sobre o tema, podem ajudar a mudar este grave cenário”, finaliza.

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