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‘Bati na porta da Nasa várias vezes’: conheça Ivair Gontijo, o brasileiro que trabalha nas missões espaciais americanas até Marte

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Há 13 anos no laboratório JPL em Los Angeles, o físico estudou em escolas públicas e se formou pela Universidade Federal de Minas Gerais. Chegou a fazer curso técnico em agropecuária.

Ivair Gontijo, líder de uma das equipes que ajudaram na aterrissagem do robô Curiosity em Marte, é brasileiro — um “mineirim” de Moema, cidade com cerca de 7,4 mil habitantes. Em palestra de abertura na Campus Party na noite desta terça-feira (12), ele contou uma parte do longo caminho até o topo da carreira no Jet Propulsion Laboratoty (JPL), laboratório da agência espacial americana (Nasa).

“O processo de entrar na Nasa, com certeza, é complexo. É a mesma coisa em qualquer país. Por que eles vão dar emprego pra um estrangeiro, se tem mil americanos querendo o mesmo emprego?”, comparou o físico.

“Eu bati na porta da Nasa várias vezes. Não foi da primeira vez. Nem da segunda. Foram muitas vezes. E eu não aceito um ‘não’ facilmente. É isso, a gente tem que continuar insistindo”, disse o físico.”

Gontijo estudou em escolas públicas no interior de Minas Gerais até os 18 anos. Chegou a fazer um curso técnico em agropecuária e trabalhou na região da nascente do Rio São Francisco. Então, decidiu estudar física e se mudar para Belo Horizonte — ele fez faculdade na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Trabalhar em uma fazenda aguça primeiro a curiosidade da gente, vendo aquela noite tão escura, aquele céu espetacular – e [surge] a vontade de criar uma carreira científica. Então, eu trabalhei na fazenda por três anos economizando dinheiro para ir para Belo Horizonte estudar.”

A missão do robô Curiosity (na foto) encontrou moléculas orgânicas, desvendou detalhes sobre as estações climáticas marcianas e detalhou as variações de temperatura do planeta. — Foto: Nasa/JPL

A missão do robô Curiosity (na foto) encontrou moléculas orgânicas, desvendou detalhes sobre as estações climáticas marcianas e detalhou as variações de temperatura do planeta. — Foto: Nasa/JPL

Antes de se mudar para Los Angeles, em 1998, Gontijo fez mestrado ainda no Brasil e doutorado em Glasgow, na Escócia.

Há dez anos, ele ajudou a construir os transmissores e receptores do radar usado na descida do robô Curiosity em Marte. A missão triunfou desde 2012: encontrou moléculas orgânicas, desvendou detalhes sobre as estações climáticas marcianas e detalhou as variações de temperatura do planeta — faz -90ºC nas noites de inverno e 0ºC nas noites de verão.

Para o físico brasileiro, a colonização fora da Terra envolve outras questões além do frio:

“É possível e é distante. Ainda temos desafios gigantescos. Até para produzir oxigênio durante uma viagem tripulada para Marte. Produzir comida. O espaço muito pequeno, confinado. A viagem demora 8 meses e meio, quase 9 meses. Tudo isso é muito complexo, muito difícil, mas são problemas de engenharia, e com certeza os humanos têm a capacidade para resolver”.

Mars 2020

Impressão artística do robô Mars 2020, que vai buscar vestígios de vida em Marte. — Foto: Nasa/Mars Exploration Program

Impressão artística do robô Mars 2020, que vai buscar vestígios de vida em Marte. — Foto: Nasa/Mars Exploration Program

Agora, o desafio é participar na construção dos instrumentos da missão “Mars 2020”. A Nasa vai enviar uma pequena aeronave autônoma de asas rotativas para explorar a atmosfera de Marte. O chamado “Mars Helicopter” deve ser embarcado junto do robô Mars 2020.

“O novo veículo [da missão Mars 2020] tem três instrumentos que são uma colaboração internacional. Eu sou o engenheiro responsável por todas as interfaces, uma parte feita na França, uma parte no Novo México, e outra na Espanha”, explicou Gontijo. “Eu represento esses três grupos, quando estou conversando com os colegas que estão projetando e construindo o veículo.”

Anunciado em 2012, o projeto Mars 2020 foi desenvolvido com base nas descobertas do robô Curiosity. A missão é um passo para enviar humanos na década de 2030.

“Eu acho que o pior para a colonização é a ausência de atmosfera, em comparação com a Terra. A atmosfera lá é praticamente só CO2, 95%. E a pressão atmosférica é menos de 1% da pressão atmosférica na Terra”, disse Gontijo.

G1

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NASA está procurando por novos astronautas; saiba como se candidatar

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Astronautas que estarão na missão 'Artemis II', que vai acontecer em 2024. — Foto: Divulgação/Nasa

Salário anual é mais de R$ 760 mil.

A agência especial dos Estados Unidos, a NASA, está procurando novos astronautas. As vagas foram abertas em março e as inscrições podem ser feitas até o dia 2 de abril aqui. No entanto, para os brasileiros não é nada fácil.

Os interessados devem ter cidadania americana e passar no exame físico para desempenhar a atividade. A agência espacial dos Estados Unidos exige mestrado em ciência, tecnologia, engenharia ou matemática e pelo menos três anos de experiência na área. Quem se candidatar precisa estar disponível para viagens a todo momento também.

De acordo com o site oficial do Governo dos Estados Unidos, entre as funções de um astronauta estão as operações no espaço, teste e ajuda no desenvolvimento de futuras espaçonaves, experimentos e pesquisas em atividades dentro de naves espaciais, face pública da NASA, e mais.

Esse é o primeiro processo seletivo da NASA em quatro anos. Em 2020, mais de 12 mil pessoas se inscreveram. A agência levou um ano e meio para analisar os candidatos e selecionou apenas dez pessoas.

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Phenom 300 da Embraer é o jato leve mais vendido no mundo por 12 anos seguidos

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A Embraer anunciou hoje que as aeronaves da série Phenom 300, líderes do setor, mantiveram o status de jatos leves mais vendidos no mundo por 12 anos consecutivos, além de alcançarem o posto de bimotores a jato mais vendidos pelo quarto ano seguido. Os dados foram divulgados pela General Aviation Manufacturers Association (GAMA). Para conquistar essa distinção, a empresa entregou 63 aeronaves da série Phenom 300 ao longo de 2023.

Demonstrando o compromisso da Embraer com a inovação e a excelência, o Phenom 300 é a série de jatos executivos de maior sucesso da última década, tendo acumulado mais de 730 entregas em todo o mundo, com operadores em 40 países. Com mais de 2 milhões de horas de voo registradas, o Phenom 300 tornou-se recentemente o jato executivo mais voado nos Estados Unidos, com mais de 360 mil voos em um período de 12 meses.

“A série do Phenom 300 continua a demonstrar o compromisso da Embraer em oferecer a melhor experiência em aviação executiva”, disse Michael Amalfitano, Presidente e CEO da Embraer Aviação Executiva. “Por mais de uma década, a aeronave conquistou o merecido reconhecimento e continua a se destacar em termos de desempenho, tecnologia, conforto e suporte. Com uma dedicação contínua aos nossos fiéis clientes, continuaremos a desenvolver o programa com base no feedback dos operadores, nas tendências do setor e nas novas tecnologias.”

Recentemente, a Embraer anunciou a opção de Autothrottle, que estará disponível para o Phenom 300E. Esse opcional automatiza ainda mais a cabine da aeronave, a qual permite operação com apenas um piloto e inclui o avançado Prodigy Touch, baseado na avançada aviõnica Garmin G3000, aperfeiçoando ainda mais as capacidades operacionais do jato.

Jato leve mais rápido em produção, o Phenom 300E tem velocidade máxima de cruzeiro de 860 kilometros por hora (464 nós) e um alcance de 2.010 milhas náuticas (3.724 km), com cinco ocupantes a bordo e reservas NBAA IFR. Além disso, a aeronave oferece aviônicos incomparáveis, incluindo o primeiro Runway Overrun Awareness and Alerting System (ROAAS, do inglês Sistema de Alerta e Prevenção de Saída de Pista) desenvolvido e certificado na aviação executiva, modo de descida de emergência, Arremetida acoplada e muito mais.

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Jatos E190-E2 e E195-E2 obtêm Certificação de Tipo da Autoridade de Aviação Civil de Singapura

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Os jatos E190-E2 e E195-E2 obtiveram a certificação de tipo da Autoridade de Aviação Civil de Singapura (CAAS). As aeronaves são as mais silenciosas e eficientes em consumo de combustível no mundo em sua categoria. A Scoot, companhia aérea low-cost subsidiária da Singapore Airlines, deverá operar o E190-E2 a partir de 2024.

Os jatos E190-E2 e E195-E2 já foram certificados entre 2018 e 2019 por três importantes autoridades da aviação civil internacional – FAA (EUA), EASA (Europa) e ANAC (Brasil).

“Estamos satisfeitos com a certificação dos nossos jatos da família E2 e agradecemos à CAAS por sua avaliação completa”, afirma Raul Villaron, Vice-Presidente da Embraer Aviação Comercial na Ásia-Pacífico. “Esse é mais um marco alcançado durante o nosso trabalho para que o E190-E2 decole em 2024 com as cores da Scoot”.

“A certificação do E190-E2 e do E195-E2 pela CAAS é um marco importante para a Scoot. Isso reforça o nosso compromisso de operar uma frota moderna e eficiente em combustível e nos possibilita ampliar ainda mais as opções de viagens oferecidas aos nossos clientes. Como a primeira companhia aérea de Singapura a operar os jatos E2, temos o objetivo de melhorar a conectividade na Ásia e o desenvolvimento de Singapura como um hub regional”, afirma Leslie Thng, CEO da Scoot.

Os jatos E190-E2 e E195-E2 foram projetados com base nas 20 milhões de horas de experiência acumuladas com a primeira geração de E-Jets, garantindo que as aeronaves E2 sejam modernas e avançadas, além de manter a maturidade e a confiabilidade das aeronaves da geração anterior. A primeira geração de E-Jets representa um dos programas de aviação comercial mais bem-sucedidos na indústria, operando atualmente em mais de 80 companhias aéreas de mais de 50 países.

Recentemente, a Embraer e a CAE anunciaram a inauguração de um novo e avançado simulador de voo completo (FFS, na sigla em inglês) em Singapura, além de um programa de treinamento de pilotos com início no final do ano. O FFS estará localizado no Centro de Treinamento de Voo da CAE, que integra o Centro de Treinamento SIA.

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