Mais de 7,7 mil jovens se inscreveram para as 40 vagas reservadas pela primeira vez às mulheres na Escola Preparatória de Cadetes do Exército
A primeira seleção de mulheres para as escolas de preparação para funções de combate no Exército já pode ser considerada um sucesso: a concorrência é tanta que gerou uma relação candidato por vaga superior às das carreiras mais procuradas no vestibular da USP, um dos principais do país.
Mais de 7,7 mil jovens se inscreveram para as 40 vagas reservadas às mulheres na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, porta de entrada para a carreira de oficial na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras, o ensino superior dos militares).
Com isso, são 192 candidatas disputando cada vaga – a seleção ainda não chegou ao fim. Na escola de sargentos, que também abre suas portas a elas pela primeira vez, a relação é de 179/1.
Para comparação, o curso mais concorrido da Fuvest 2017 – Medicina em Ribeirão Preto – teve 6,8 mil candidatos inscritos para 90 lugares, ou 70,5 por vaga.
Mas por que tantas mulheres querem se tornar oficiais do Exército?
“Meu pai fez serviço militar. No último ano do colégio, os meus amigos começaram a se alistar e passei a vê-los correndo todos os dias de manhã fazendo exercício. Eu moro na frente do quartel e eles passam correndo na rua fazendo Educação Física”, responde a candidata Andressa Muniz, de 19 anos.
Andressa Muniz (à esq.) e Isabela Caldas quererem uma carreira cheia de ação
“É uma profissão que eu idolatro bastante. Fui conversar com um sargento do quartel e ele me explicou sobre a estabilidade da carreira. Mas o meu interesse não é só nisso, mas tem também a questão da patente, a questão do respeito dos homens.”
Andressa diz ter esperança de que, como oficial do Exército, seja mais respeitada em uma sociedade na qual ainda há muita discriminação contra as mulheres.
“Não digo que estou lutando contra o machismo. Mas entrando no Exército eu calaria a boca de muitas pessoas que dizem que mulher não serve para ser militar, para ser infante”, afirma.
“Os homens começam a ver a gente de forma diferente. Na rua, uma mulher de farda é muito mais imponente. Eles vão olhar e pensar: ‘ela deve se esforçar da mesma forma que os homens’.”
Ação
A dedicação é tanta que Andressa frequenta um cursinho dedicado aos concorridos processos seletivos das escolas militares. E ela não é a única mulher ali.
A BBC Brasil conversou com um grupo de jovens que estuda no curso preparatório General Telles Pires, no centro de São Paulo. Todas apontam a possibilidade de ter um futuro emocionante – longe dos escritórios, por exemplo – como um atrativo da carreira militar.
Letícia (à esq.) e Daniela estudam para um concurso que tem concorrência de 192 candidatas por vaga
“Fiquei empolgada com a possibilidade da ação”, diz Daniela Petrosino, de 15 anos. Uma vontade que, segundo a mãe, vem de longe.
“Eu não me envolvi, foi decisão dela. Ela fala disso desde pequena, então agora não tenho medo e dou muito apoio”, conta Patrícia Petrosino.
As jovens já têm, inclusive, planos sobre quais carreiras querem seguir caso consigam ser aprovadas.
“Queria a Artilharia porque tenho mais interesse na ação do que nas atividades da Intendência (logística e administração)”, diz Letícia Martins, de 16 anos – uma vontade compartilhada pela colega Daniela.
Andressa, por sua vez, sonha com a Infantaria, e Isabela Cristina Carleto Caldas, de 19 anos, com a Cavalaria.
Limitações
Mas ainda há um obstáculo: nenhuma das carreiras desejadas pelas jovens está aberta às mulheres, ao menos por enquanto.
Neste primeiro concurso, as oficiais poderão chegar apenas à Intendência e ao Quadro de Material Bélico – função relacionada à logística ligada a armamentos, veículos e aeronaves.
As candidatas a sargento, por sua vez, poderão atuar na área técnico-logística (manutenção de armamentos, equipamentos de comunicação, veículos e aeronaves e funções de Intendência e topografia).
Mulheres podem se tornar aspirantes a oficiais em funções de combate a partir de 2021
O Exército garante que isso não significa que elas assumirão papéis apenas secundários. Mas ansiosa pela ação, Isabela diz ter um plano:
“No ano que vem vou fazer prova para Quadro de Material Bélico. Quando eu já estiver lá dentro vou tentar fazer cursos mais ligados ao combate. Eu quero a especialização em ‘Defesa Química, Biológica e Nuclear'”, conta, citando a área que lida com a possibilidade de ameaças dessa natureza.
“Em geral, biologicamente o corpo do homem é mais forte que a mulher, mas isso não quer dizer que não haja mulheres melhor preparadas fisicamente que muitos homens”, acrescenta.
“Não é só o físico que importa, há todo o lado psicológico. Não é o corpo que manda, e sim a cabeça. Se a pessoa leva um tiro na perna em uma batalha e é emocionalmente forte, não vai se dar por vencida.”
O Exército afirma que, ao decidir incorporar mulheres nessas novas vagas, fez adaptações nas normas e nas instalações – como criar uniformes, alojamentos e banheiros específicos, além de padrões para o penteado e para o tamanho do cabelo e regulamentações sobre uso de pulseiras, anéis, brincos, maquiagem, correntes e bolsas.
“O Exército acompanha de forma permanente a evolução da sociedade brasileira, buscando adequar-se às novas necessidades e anseios da mesma”, disse a instituição em nota à BBC Brasil.
As jovens que passarem no concurso deste ano poderão se tornar aspirantes a oficial em 2021. A primeira general, porém, pode surgir apenas em 2051.
Crise e carreira
Mulheres oficiais terão acesso a carreiras relacionadas a administração e logística
Clodoaldo de Souza, professor de matemática e coordenador do cursinho, conta que as mulheres representam entre 10% e 15% dos alunos. Mas ele diz acreditar que essa porcentagem vai aumentar agora, com a abertura das carreiras.
“Elas costumam ser mais aplicadas e concentradas que os rapazes”, elogia.
“A maioria começa a estudar com 15 ou 16 anos, porque podem prestar concurso logo que acabam o ensino médio. Elas geralmente chegam um pouco mais maduras que eles, sabendo o que querem.”
Na avaliação de Souza, a estabilidade de um emprego público é um dos maiores atrativos.
Nelson Marconi, professor de economia da FGV e PUC-SP, afirma que, em meio à atual crise econômica, boa parte das carreiras públicas se tornou uma opção ainda mais atraente para jovens profissionais.
Isso porque, explica, oferecem salários iniciais mais altos e estabilidade, algo difícil de se conseguir como iniciante no setor privado.
“Há uma oferta de emprego menor no setor privado, e os salários estão se deteriorando”, diz o professor. Ele acrescenta que essa queda nos níveis salariais é menor no serviço público.
Muitos candidatos de concursos, porém, já se preocupam com uma possível mudança nesse cenário: a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 241, que pretende amenizar o rombo nas contas públicas ao estabelecer um teto para o crescimento das despesas federais por 20 anos.
Segundo professor, meninas estão começando a se preparar para a carreira militar por volta dos 15 anos de idade
Marconi, porém, minimiza esse risco.
“A maior parte das carreiras públicas têm remuneração melhor que a do setor privado. (A política de austeridade) pode diminuir um pouco o poder de compra, mas ele não será depreciado a ponto da carreira não ser atrativa.”
O que pode ocorrer, na opinião do especialista, é uma eventual diminuição no número de vagas nos concursos.
Resistência familiar
O Exército começou a aceitar mulheres em 1992, na chamada “linha não bélica”. Elas se formavam no ensino convencional em áreas como administração, comunicação e saúde e depois eram integradas à instituição – mas não podiam chegar aos postos mais altos.
“Sonho desde pequena em ser militar, era louca para seguir a carreira, mas mulheres não podiam entrar no Exército. Eu entrei na faculdade de enfermagem pensando em entrar no Exército depois”, conta Isabela.
“Eu estava com a minha vida pronta: trabalhava e fazia faculdade. Mas quando soube dessas vagas larguei tudo e vim para o cursinho.”
Filha de um engenheiro químico e de uma protética, ela conta que precisou vencer a resistência deles.
“Não tenho militares na família, e no começo meus pais não gostaram. Acho que é porque meu pai é muito protetor, não queria que eu ficasse longe e pensou que eu poderia sofrer”, diz.
“O meu namorado é da Aman. Nos primeiros três meses ele foi contra, mas depois começou a me incentivar. Ele queria me proteger porque sabia das dificuldades, como ficar longe de casa e da família.”
Esta reportagem faz parte da série especial 100 Mulheres, da BBC.
O que é o 100 mulheres?
O BBC 100 Mulheres (100 Women) indica 100 mulheres influentes e inspiradoras por todo o mundo anualmente. Nós criamos documentários, reportagens especiais e entrevistas sobre suas vidas, abrindo mais espaço para histórias com mulheres como personagens centrais.
Levantamento com base em 40 mil empresas aponta retração em gastos com alimentação
A Caju, empresa de tecnologia especializada em multissoluções para gestão de RH, identificou uma retração significativa nos gastos com alimentação durante o feriado da Páscoa. Com base nas transações realizadas por colaboradores de mais de 40 mil empresas atendidas, o ticket médio individual caiu de R$ 97, em 2024, para R$ 65 neste ano – queda de 33%. O volume total movimentado também recuou 42%, passando de R$ 61,5 milhões para R$ 35,4 milhões entre os períodos de 29 a 31 de março de 2024 e 18 a 20 de abril de 2025.
Segundo a empresa, o principal fator para a queda foi o calendário: em 2024, a Páscoa coincidiu com o fim do mês e o pagamento dos salários, enquanto em 2025 ocorreu no meio de abril, quando os saldos disponíveis tendem a ser menores. Os recuos mais expressivos ocorreram nas categorias relacionadas à alimentação, como vale-alimentação (VA) e vale-refeição (VR).
Nas lojas de doces e chocolates, o ticket médio caiu de R$ 86 para R$ 68 (–21%), e o valor total transacionado no período despencou 53%, de R$ 726 mil para R$ 344 mil. Estabelecimentos como mercearias – líderes em transações neste ano – também registraram forte retração no ticket médio, de R$ 122 para R$ 72 (–41%).
Por outro lado, os gastos realizados por meio dos produtos de Premiações e Despesas da Caju cresceram, apontando para um uso mais recorrente de verbas corporativas voltadas a incentivos e reembolsos pontuais.
Recorte regional – O Sudeste concentrou o maior número de transações em 2025, com 383 mil operações, mas registrou um dos menores tickets médios, de R$ 65. O Sul teve o maior valor por colaborador, com ticket médio de R$ 75 em 120 mil transações. No Centro-Oeste e no Nordeste, os valores médios ficaram em R$ 60 e R$ 56, respectivamente. O Norte teve o menor ticket do país: R$ 52.
No recorte por estados, São Paulo apresentou ticket médio de R$ 66, seguido pelo Rio de Janeiro, com R$ 65. No segmento de lojas de doces e chocolates, os tickets médios mais elevados foram registrados no Maranhão (R$ 156), Roraima (R$ 117) e Mato Grosso (R$ 115), apesar de apresentarem menor volume de transações – o que indica um consumo mais concentrado em faixas de valor mais alto.
Pagamento será antecipado para todo o estado do Rio Grande do Sul e para alguns municípios do Amazonas, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e São Paulo
A CAIXA inicia, nesta terça-feira (15), o pagamento dos programas Bolsa Família e Auxílio Gás dos Brasileiros referentes ao mês de abril. As famílias que recebem seu benefício pelo CAIXA Tem podem movimentar os recursos pelo App. O pagamento do benefício é realizado de acordo com o final do Número de Identificação Social – NIS, com término previsto para dia 30/04. Ao todo, cerca de 20,5 milhões de famílias recebem o Bolsa Família e 5,3 milhões serão beneficiadas com o Auxílio Gás.
A CAIXA, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, realizará o pagamento do benefício referente ao mês de abril de 2025 no primeiro dia do calendário, independentemente do número do NIS, para todos os beneficiários do Rio Grande do Sul, devido a condições climáticas, bem como para beneficiários de alguns munícipios do Amazonas, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e São Paulo, em razão de decretos de situação de emergência também provocado por condições climáticas.
Os canais para consulta de informações e movimentação dos valores permanecem os mesmos: App CAIXA Tem, terminais de autoatendimento, Unidades Lotéricas, correspondentes CAIXA Aqui, além das agências da CAIXA.
A CAIXA disponibiliza também o Aplicativo Bolsa Família com informações sobre o Programa.
Auxílio Gás:
O benefício foi criado para mitigar o impacto do preço do gás de cozinha no orçamento das famílias. Atualmente, cerca de 5,3 milhões de famílias recebem, bimestralmente, 100% do valor da média nacional do botijão de gás de cozinha de 13 quilos. Em abril, o valor será de R$ 108.
Os pagamentos são realizados de acordo com o final do NIS do beneficiário e seguem o calendário de pagamento do Programa Bolsa Família. As famílias beneficiárias poderão consultar as informações das parcelas nos Aplicativos Bolsa Família e CAIXA Tem ou pelo telefone 111.
Como utilizar o benefício:
Os beneficiários podem movimentar os valores preferencialmente pelo App CAIXA Tem, não sendo necessário ir até uma agência para saque do benefício.
Os beneficiários também podem utilizar o cartão para realizar compras nos estabelecimentos comerciais por meio da função de débito bem como realizar saques em Unidades Lotéricas, Correspondentes CAIXA Aqui, além das agências da CAIXA.
Nos terminais de autoatendimento, o saque pode ser realizado sem cartão com identificação biométrica, cadastrada previamente.
Aplicativo CAIXA Tem:
Pelo App CAIXA Tem é possível realizar compras em supermercados, padarias, farmácias e outros estabelecimentos com o cartão de débito virtual e QR Code, por meio de mais de nove milhões de maquininhas de cartão espalhadas por todo o Brasil.
O beneficiário também pode realizar o pagamento de contas de água, luz, telefone, gás e boletos em geral pelo próprio App ou nas Unidades Lotéricas, bem como fazer Pix.
Utilizando o App CAIXA Tem também é possível fazer saques nas Unidades Lotéricas, Correspondentes CAIXA Aqui e terminais de autoatendimento por meio da geração de token diretamente no App.
Mais informações sobre o pagamento do Bolsa Família podem ser consultadas no site do banco.
Inscrições de 13 a 22 de abril para vagas em diversas especialidades médicas e áreas técnicas
A Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (FAMESP) comunica a abertura do Processo Seletivo 043/2025 para contratação de profissionais em suas unidades de Botucatu. As inscrições serão realizadas exclusivamente online no período de 13 a 22 de abril de 2025 através do site www.famesp.org.br.
Documentação Necessária: Consultar edital completo no site oficial
Sobre a Famesp
A Famesp é uma fundação privada, sem fins lucrativos, com mais de 40 anos de existência. Hoje, além de possuir um hospital próprio na cidade de Botucatu (o Serviço de Ambulatórios Especializados de Infectologia “Domingos Alves Meira” – SAEI-DAM), onde mantém sede própria, a Famesp também está presente nas cidades de Bauru (SP), Itapetininga (SP) e Tupã (SP) fazendo a gestão de hospitais e ambulatórios médicos por meio de contratos de gestão com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP).