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A ANÁLISE SINTÁTICA, artigo de Bahige Fadel

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A ANÁLISE SINTÁTICA

Há algumas semanas, um amigo fez um comentário sobre a língua portuguesa. Disse que é muito complicada e cheia de regras. Acrescentou que deveria haver mais liberdade, para que as pessoas pudessem se comunicar.

Vamos por partes. Se algo é individual, particular, pode ter regras ou não. Depende do único envolvido. Por exemplo, alimentação. Se uma pessoa quiser seguir determinadas regras de alimentação, é uma decisão dele. Alguém pode até orientar, mas é a pessoa que decide se seguirá regras ou não. É só a saúde dele que está em questão. Mas se algo é público, tem que haver regras, para que não se transforme num caos, numa bagunça. Imagine uma escola que funcione sem regras. Imagine o trânsito sem regras. Seria um desastre total.

O mesmo acontece com um idioma, no caso, a língua portuguesa. A língua é de uso público. Assim, tem que haver regras. Caso contrário, viraria uma torre de Babel.

Faço esse comentário para chegar à análise sintática. Ela é importante ou não? Salvo melhor juízo, é muito importante. Principalmente para determinados níveis de comunicação. Seria inaceitável, por exemplo, um advogado numa peça jurídica, escrevendo ‘não pode ser confiável esses fatos’. Esse hipotético advogado não sabe que o sujeito da frase é ‘esses fatos’ e que o verbo concorda com o sujeito.

Segundo a gramática, sintaxe é parte da gramática que estuda as palavras enquanto elementos de uma frase, as suas relações de concordância, de subordinação e de ordem. Isso quer dizer o seguinte: sintaxe é o estudo da construção das frases. Vejam essas duas frases:
– Vendem-se diversos produtos.
– Desconfia-se de diversos produtos.

A análise sintática explica por que no primeiro exemplo o verbo tem que ficar no plural e no segundo, no singular. Já vimos que o verbo concorda com o sujeito. Na primeira frase,o verbo é transitivo direto. Assim, a palavra se funciona como partícula apassivadora e, assim, a frase está na voz passiva.Na voz passiva, o sujeito sofre a ação verbal. O que está sofrendo a ação de ser vendido? ‘Diversos produtos’, é claro. O sujeito está no plural, o verbo vai para o plural. Já no segundo exemplo, o verbo ‘desconfiar’ é transitivo indireto. Por isso, a palavra ‘se’ é índice de indeterminação do sujeito. Assim, o sujeito mudou. É um sujeito indeterminado e a frase está na voz ativa. Quando o sujeito é indeterminado, o verbo com a palavra ‘se’ fica na terceira pessoa do singular. Ressalto que isso ocorre com o índice de indeterminação do sujeito. Se não houver esse índice, para termos o sujeito indeterminado, colocamos no verbo na terceira pessoa do plural: Desconfiam de diversos produtos.

Não podemos esquecer que a análise sintática não é um gesso. A linguagem coloquial, por exemplo, permite certas liberdades. ferNão podemos escrever que existe a língua e existe a linguagem. A linguagem é a forma como se usa a língua. A linguagem é usada para a comunicação verbal. Não adianta falar muito chique, se ninguém entende.

BAHIGE FADEL

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Cerca de 97 mil famílias do Estado de São Paulo podem perder sinal de TV

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Cerca de 97 mil moradores do Estado de São Paulo ainda não procuraram a Siga Antenado para substituir as antenas parabólicas tradicionais pelo modelo digital, e o prazo para agendamento da instalação termina em 30 de junho, às 20h (horário de Brasília). As famílias que não fizerem a troca poderão ter problemas para assistir à TV, já que, em breve, o sinal da parabólica deixará de funcionar.
O agendamento e a instalação gratuita são realizados pela Siga Antenado, entidade não governamental e sem fins lucrativos, criada pela Anatel para apoiar a população na migração da tecnologia. A substituição dos equipamentos é importante porque muitas emissoras já deixaram de transmitir seus canais pelo sinal das parabólicas tradicionais, e outras farão o mesmo em um futuro próximo.

Com a nova parabólica digital, é possível assistir TV com som e imagem de alta qualidade, sem interferências, dando adeus aos chiados e chuviscos. O novo equipamento disponibiliza atualmente mais de 140 canais, com notícias, entretenimento, desenhos, filmes, séries, programas religiosos, programação local e muito mais. Em todo o país, quase 5 milhões de famílias já foram beneficiadas.
Para receber o novo equipamento, é necessário estar inscrito em algum programa social do Governo Federal e possuir uma parabólica tradicional em funcionamento. A instalação é realizada sem custo para as famílias elegíveis. Os interessados devem entrar em contato pelo telefone 0800 729 2404 ou acessar o site sigaantenado.com.br, informando o CPF ou o Número de Identificação Social (NIS) no momento do atendimento.

Leandro Guerra, presidente da Siga Antenado, destaca que é importante fazer a substituição da parabólica o quanto antes. “O fim da parabólica tradicional já começou, e quem não fizer a troca a tempo ficará sem sinal. A nova parabólica digital tem muitas vantagens em relação à antiga e a família vai perceber uma verdadeira evolução na hora de assistir TV”, afirma Guerra.

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 Cotas para alunos PCDs e salas de regulação sensorial para autistas são aprovadas pela Alesp

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Plenário também aprovou regras de acessibilidade e a autorização para a criação de um centro de atendimento especializado; textos seguem para Executivo, que pode sancionar ou vetar propostas

Parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovaram, em Sessão Extraordinária realizada nesta quarta-feira (11), diferentes projetos de lei em defesa da população com deficiência. Entre as propostas estão a criação de cotas para PCDs em instituições estaduais, equipamentos para autistas e mecanismos de acessibilidade.
As propostas foram aprovadas pela Casa de forma unânime e, agora, seguem para sanção, ou veto, do Executivo.
Cotas para PCDs
Proposto pelas deputadas Clarice Ganem (Podemos) e Andréa Werner (PSB), o Projeto de Lei 1023/2023 busca reservar vagas para pessoas com deficiência em cursos técnicos e em universidades estaduais.
A proposta determina que a instituições reservem vagas em proporção respectiva à população de pessoas com deficiência no estado de São Paulo, de acordo com Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Se sancionado, o projeto determina um prazo de dois anos para a adaptação das instituições estaduais.
“A reserva de vagas é uma política pública eficiente no curto prazo para equilibrar disputas que tradicionalmente se dão entre pessoas em condições desiguais. Infelizmente, as instituições paulistas ainda não tomaram a iniciativa de estabelecer cotas para pessoas com deficiência, de modo que cabe ao Poder Legislativo agir para preencher esse vácuo”, justificaram as autoras.
Salas de regulação sensorial
Projetadas para proporcionar um ambiente calmo e tranquilo, com diferentes estímulos controlados, como luzes e sons suaves, as salas sensoriais para autistas estão contempladas no Projeto de Lei 1612/2023, de autoria da deputada Solange Freitas (União), aprovado nesta noite.
“Estamos pensando nas famílias atípicas e nos autistas que, em momentos de crise, vão ter onde ficar e se acalmar com tranquilidade”, disse a parlamentar. “Quero agradecer à Autistas Brasil, que me ajudou a redigir esse projeto, nessa luta tão importante”, completou Solange.
A proposta busca tornar obrigatória a instalação dessas salas em shoppings, museus e prédios comerciais que tenham a circulação de mais de 2 mil pessoas por dia.
Acessibilidade em hotéis
Também aprovado pelos parlamentares da Alesp, o Projeto de Lei 860/2023, do deputado Barros Munhoz (PSDB), determina a instalação de barras de apoio em banheiros de hotéis, pousadas e hospedarias do estado.

O texto propõe a instalação das barras em 10% do total de boxes para banho destinados à utilização de hóspedes com deficiência ou mobilidade reduzida. “A acessibilidade de pessoas com deficiência, ou pessoas com mobilidade reduzida, como é o caso, também, das pessoas idosas, é essencial no cotidiano de ir e vir das cidades. Qualquer dificuldade que impeça esse direito fundamental, contraria dispositivos constitucionais”, defendeu Munhoz.
Centro de Inclusão
Por fim, o Projeto de Lei 626/2023, de autoria do deputado Rodrigo Moraes (PL), autoriza a criação de um complexo de referência e atendimento especializado para pessoas do espectro autista e com Síndrome de Down.
O equipamento proposto englobaria ações de atendimento psicossocial, médico e inclusão social, além de programas de saúde e educação para o público.

 

Fonte: Assessoria Alesp

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Sebrae e Fundação FAT realizam projeto para fortalecer o Turismo no interior paulista

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Ações envolvem desde diagnósticos até a aplicação de soluções voltadas à gestão pública, como Plano de Destino Turístico Inteligente, que se baseia em um conceito internacional ainda pouco aplicado no Brasil

Um time de especialistas da Fundação de Apoio à Tecnologia (Fundação FAT) está realizando, em parceria com o Sebrae-SP, um projeto para reestruturar e fortalecer as ações de fomento à atividade turística em municípios do interior de São Paulo. A partir da criação e aplicação de novas metodologias para aprimorar a gestão pública do turismo municipal e regional, desenvolvidas pela FAT, foi entregue, em abril, o Diagnóstico da Estrutura de Gestão do Turismo para Miracatu, no Vale do Ribeira, após quatro meses de pesquisas documentais, entrevistas e avaliações. O projeto foi iniciado em 2024, nas cidades de Apiaí, Penápolis e Salesópolis, que passaram pelos diagnósticos e aplicação de consultorias. Já os municípios de Itaoca, Mogi das Cruzes, Suzano, Castilho, Presidente Epitácio e Guaratinguetá foram também atendidos em instrutorias de Gestão Colaborativa do Turismo e Fortalecimento dos Processos de Governança em Turismo.

 

Com base nesse primeiro diagnóstico – que avalia desde a estrutura da gestão pública e da governança neste setor, como o plano diretor e uma série de informações acerca do contexto do desenvolvimento da atividade no território –, a FAT desenvolveu outras soluções de consultorias para estruturar a gestão pública municipal do turismo, o arcabouço legal municipal e o sistema de gestão de informações turísticas, além da avaliação da maturidade da estrutura da gestão municipal para atender aos requisitos do Plano de Destino Turístico Inteligente (DTI).

 

Douglas Dias, consultor de Turismo da Fundação FAT e coordenador do projeto, destaca que a iniciativa deve apoiar a gestão pública em desenvolver estratégias para a melhoria do planejamento e da organização do Turismo no Território. Uma das frentes de atuação inclui o apoio à implantação dos requisitos de Destino Turístico Inteligente (DTI), uma metodologia desenvolvida na Espanha e em franca expansão no Brasil. “Atualmente, Curitiba (PR) é a referência brasileira com essa certificação, porém há muitas cidades do estado de São Paulo, como Jundiaí, com potencial para aplicação dessas práticas. Não é uma tarefa simples para a governança do território, mas agora temos essa consultoria desenvolvida pela FAT e pelo Sebrae-SP, uma solução importante para as prefeituras implantarem o conceito DTI”, afirma.

 

Segundo Dias, para que uma cidade obtenha o certificado de Destino Turístico Inteligente (DTI), ela precisa desenvolver aspectos avançados de governança, com participação ativa de gestores públicos e privados; inovação, promovendo soluções tecnológicas para melhorar a experiência do turista; tecnologia, com infraestrutura digital acessível e eficiente; acessibilidade, garantindo inclusão para todos os perfis de visitantes; e sustentabilidade, com práticas que preservem o meio ambiente, a cultura local e incentivem o desenvolvimento socioeconômico.

 

Além de Douglas Dias, a equipe que atuou no desenvolvimento do projeto é formada, atualmente, por importantes pesquisadores em Turismo: Bianca Paes (Mestra em Turismo, é fundadora e presidente da Associação São-Roquense de Guias de Turismo e integrante do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas em Turismo do Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília); Daniella Marcondes (Turismóloga, Doutora em Mudança Social e Participação Política e Mestra em Desenvolvimento do Turismo, é especialista em Turismo de Base Comunitária, colaborando com povos e comunidades tradicionais); Esmeralda Serpa (Turismóloga e Mestra em Educação, é professora do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo, na Fatec São Paulo e Fatec São Roque); Fábio Pozati (Turismólogo, Doutor em Geografia e Mestre em Ciências da Comunicação); Marcela Moro (Turismóloga e Mestre em Comunicação, especializada em Turismo Rural, Experiências Turísticas, Eventos, Enoturismo, Gestão Pública e Desenvolvimento Territorial); e Renata Castro Cardias (Turismóloga e Mestre em Comunicação,  especializada em Gestão Cultural pelo Senac-RJ (2010) e também em Gestão de Cidades e Empreendimentos Criativos pela Universidade Nacional de Córdoba-Argentina).

 

Na atual etapa em Miracatu, a consultora de negócios do Sebrae-SP, Regiane Rabelo Macedo, explica que o próximo passo será aplicar o curso para fortalecimento da governança, envolvendo gestores públicos, organizações e empresários locais do setor turístico. Na sequência, o Sebrae-SP deve oferecer consultorias para estruturar a gestão pública municipal do turismo, o arcabouço legal municipal e o sistema de gestão de informações turísticas, além do Plano de Destino Turístico Inteligente.

 

“Miracatu foi escolhido como projeto piloto no Vale do Ribeira. O diagnóstico de turismo integra um dos eixos do programa Cidade Empreendedora do Sebrae-SP, que busca desenvolver ações estratégicas em prol do desenvolvimento econômico e social dos municípios”, afirma Regiane.

 

Esse projeto retrata a urgência da gestão pública em Turismo no Estado de São Paulo em atualizar suas ferramentas de planejamento e gestão, com olhar no aumento da competitividade e no perfil cada vez mais exigente de visitantes e turistas que buscam experiências seguras, acolhedoras e principalmente, de qualidade. Essa mesma preocupação se dá em relação a desenvolver o turismo, planejando e controlando seu crescimento, para apoiar a população e o desenvolvimento socioeconômico do território.

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