Botucatu

À Beira do Abismo me Cresceram Asas: leve, mas profundo

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O Teatro Municipal de Botucatu recebeu com bom público, neste domingo (19), a peça À Beira do Abismo me Cresceram Asas, de 2013. Estrelada por Maitê Proença e Clarisse Derzié Luz e dirigida pela própria Maitê em conjunto com Clarice Niskier, a peça retrata a vida e as histórias de duas senhoras: Terezinha (Maitê), 86 anos, e Valdina (Clarisse Derzié Luz), 80 anos, que moram em um asilo.

Antes do espetáculo começar, Maitê e Clarisse vão ao palco trocar de figurino, ajeitar o cenário e até se alongar – descontração própria das peças de Maitê, como podemos ver também em A Mulher de Bath – e encerrou-se com o característico som de choque elétrico que indica a eminência do início da apresentação.

O cenário é simples: duas cadeiras, duas mesas e dois espelhos, um para cada personagem, representando o quarto da casa de repouso em que moram. As duas personagens não se diferem muito das idosas que conhecemos: gostam de contar as histórias do passado para fugirem da monotonia do presente, esquecem-se das coisas, têm referenciais culturais diferentes dos jovens; particularizam-se das nossas avós pelas conversar de teor sexual, artifício baixo para gerar humor neste drama. Felizmente, há outras conversas divertidas sobre outros assuntos mais plausíveis com as personagens que as falam.

É interessante o modo que o cenário é manejado durante a peça: as assistentes estão vestidas de cuidadoras, entrando na ideia da peça de forma sutil. O roteiro aparentava não progredir, até que acontecimentos importantes ocorrem rapidamente encaminhando para o fim da encenação. Por essa aparente morosidade, o final da peça é surpreendente e revela a grande amizade entre Terezinha e Valdina.

Ao final da peça Maitê estava a vender o roteiro da peça e autografá-lo.

Maitê Proença, volte sempre!

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